Porta corta-fogo para saída de emergências
Introdução
Um equipamento comum em nossa vida – quer estando
em casa (para aqueles que residem em apartamentos) quer em nossos momentos de
lazer, a porta corta-fogo não costuma chamar muito nossa atenção, salvo quando
em um teatro ou cinema somos informados de que “...nas laterais há portas
corta-fogo destravadas e com barras anti-pânico...”.
A utilizamos como passagem no dia-a-dia e muitas
vezes não nos damos conta de sua importância. Mais ainda: estando em um
shopping center, qual de nós, têm a preocupação de localizar a saída de
emergência mais próxima do local que nos encontramos com nossa família?
Como acontece com equipamentos de emergência,
somente nos damos conta de sua importância quando da sua falta: o Edifício
Andorinha, incendiado em 1986, não possuía escadas de emergência; o prédio da
TAM Express atingido pelo vôo TAM 3054 em Congonhas, teve a escada de
emergência atingida pela aeronave, bloqueando a rota segura para evacuação das
pessoas.
Definição
Seu papel é o de conter as chamas e o calor
provenientes do fogo, razão pela qual ela é o equipamento aplicado nas saídas
de emergência e nas escadas de incêndio, oferecendo um caminho seguro tanto
para a fuga dos civis quanto para o acesso dos bombeiros que irão combater o
fogo.
Por definição a porta corta-fogo é do tipo de abrir
com eixo vertical, composta de batente, ferragens e da porta em si, com a
função de impedir ou retardar a propagação do fogo e calor. (NBR 11742, 3.1).
Aplicação
Há uma combinação entre a capacidade de resistência
ao fogo (classe da porta) e sua aplicação nas edificações. Embora a Norma
Técnica de referência (Norma ABNT NBR 11742) classifique as portas corta-fogo
(P-30, P-60, P-90 e P-120) e até seu emprego (4,1 e 4,9), cada Corpo de
Bombeiros Estadual estabelece um dos quatro tempos de resistência ao fogo (P)
que a porta deve proporcionar, levando em conta a existência ou não de
antecâmara e o cálculo de risco da edificação.
É exigência de Norma que a porta seja instalada com
três dobradiças. Elas podem variar de modelo (fechamento por gravidade ou por
dispositivo hidráulico – mola), mas nunca de quantidade. Também determinada por
Norma é o uso da fechadura de sobrepor com trinco, item gerador de
interpretações equivocadas. Devemos lembrar que a porta corta-fogo oferece duas
condições de segurança ao usuário: a primeira conter e impedir a propagação do
fogo, a segunda: oferecer um caminho de fuga para nós civis e um fácil acesso
aos bombeiros.
A fim de garantir o desempenho satisfatório da
porta corta-fogo – conter as chamas e o calor – é obvio que ela deve estar
fechada, o que não significa trancada. Erro muito comum é a colocação de
fechaduras de chave não previstas em Norma ou cadeados. Em caso de incêndio
quem irá buscar a chave no almoxarifado? Barras anti-pânico são acessórios
previstos para situações de grande público.
Manutenção
Diferentemente de um extintor de incêndio ou de um
sprinkler, a porta corta-fogo é utilizada em nosso dia-a-dia como passagem,
quando subimos ou descemos um andar. Sendo assim, ela não fica inerte
aguardando o momento de “entrar em cena”, pelo contrário: é manuseada diversas
vezes em movimentos de abrir e fechar. São os dispositivos que garantem a
abertura e o fechamento da porta que devem ser preocupação de manutenções
mensais. Semestralmente, deve ser avaliada a condição da folha da porta e a
lubrificação das dobradiças e fechadura com graxa.
Tão importante quando a manutenção da porta
corta-fogo é o estado da saída de emergência. É comum que sejam utilizadas como
depósitos temporários de diversos objetos: um morador troca o sofá e como está
um pouco tarde, deixa-o na saída de emergência para no outro dia removê-lo para
descarte. Acontece que emergências não têm o hábito de marcar hora, e no caso
de um incêndio, um sofá dificultará a passagem das pessoas, além de ser
extremamente combustível.
Cuidados
Deve-se observar também o uso de agentes corrosivos
na limpeza das escadas de emergência, uma vez que água sanitária e cloro reagem
com o material externo da porta (aço galvanizado) provocando sua oxidação
(ferrugem). Sintoma comum do uso de tais agentes corrosivos é a presença de
ferrugem ou “casca de laranja” na parte inferior da porta corta-fogo.
Segurança do Produto
No Brasil, as empresas de portas corta-fogo
submetem seus produtos a um processo de certificação, com o objetivo de
atestar, asseverar o cumprimento de exigências de Normas Técnicas, uma vez que
o desempenho de um equipamento está diretamente relacionado às matérias-primas
empregadas na sua confecção e no controle do processo produtivo.
Fonte: ABNT
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